Após atender mais de 3,5 mil crianças, das redes pública e privada de cinco Estados do Brasil, o robô RoPE alcança a primeira Organização Não Governamental do país. O brinquedo pedagógico projetado no Laboratório de Inovação Tecnológica na Educação (Lite), da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), neste ano passará a contribuir com o desenvolvimento de crianças e adolescentes de bairros periféricos da cidade de São Paulo (SP).
Nesta sexta, 1 de março, profissionais da ONG Vocação receberão um treinamento para utilização da ferramenta desenvolvida pelos pesquisadores da Univali. Após esta capacitação, o RoPE vai ajudar a desenvolver o pensamento computacional de cerca de 300 crianças e adolescentes, atendidos pelo Programa Crê-Ser em 2024. A iniciativa é mantida pela Vocação e atua na formação pessoal e social de crianças e adolescentes, com idades entre 6 e 14 anos.
Foto: Anderson Ribeiro #ParaTodosVerem: Fotografia mostra grupo de crianças num gramado. Elas posam para a foto vestindo camiseta azul claro. Ao fundo é possível ver imagens de várias casas coloridas de uma comunidade.
De acordo com Josmael Castanho, diretor geral da ONG Vocação, no contexto deste Programa o Robô será ajustado para auxiliar em atividades que estimulam questões de criatividade e o desenvolvimento das crianças como ferramenta de transformação e cidadania, garantindo-lhes o direito ao lúdico, à participação, cultura e informação.
“Com o robô RoPe, a Vocação traz uma nova abordagem para a experiência socioeducativa do projeto Crê-Ser, reafirmando seu compromisso com a inovação e a inclusão. Esse projeto promove a criatividade e o desenvolvimento das crianças que são nossas beneficiárias, marcando um avanço na história da Vocação como líder em iniciativas transformadoras no terceiro setor. O objetivo dessa estratégia é garantir que cada criança tenha acesso ao máximo potencial de aprendizado e participação cidadã", comenta Castanho.
Foto: Ana Beatriz Paz #ParaTodosVerem: Fotografia mostra menina segurando um lápis verde. Ela está debruçada sobre uma mesa vermelha e observa um papel branco. Ela tem cabelos cacheados e veste uma camiseta azul. O idealizador do RoPE, professor André Luis Alice Raabe, explica que o sucesso da implementação do Robô nas atividades educacionais está diretamente ligado à capacitação dos profissionais envolvidos. “Observamos que o treinamento dos educadores influencia diretamente em sua percepção sobre as inúmeras possibilidades oferecidas pela ferramenta e como ela poderá auxiliá-los nas atividades desenvolvidas em sala de aula.", destaca.
Para o especialista, alcançar as crianças moradoras da Capital Paulista, é mais uma evidência da expansão da pesquisa realizada pela Univali. “Há alguns anos o RoPE vem superando barreiras e levando a produção científica para muito além dos muros da Universidade. É gratificante ver este projeto, nascido dentro de um laboratório, tomar forma e impactar tantas vidas.", acrescenta.
#ParaTodosVerem: Fotografia mostra homem sentado atrás de uma mesa, localizada num corredor. Ele veste camiseta preta e manuseia várias peças. Sobre o móvel há impressões coloridas e duas caixas pequenas de madeira. Ao fundo há uma parede de tijolos com dois banners coloridos.
Norma nacional prevê conteúdos de computação nas escolas
A aprendizagem promovida pelo uso do RoPE, segundo Raabe, está alinhada à Norma sobre Computação na Educação Básica – Complemento à Base Nacional Curricular Comum (BNCC). Homologado pelo Ministério da Educação, em outubro de 2022, este preceito detalha os conceitos de computação a serem ministrados na educação básica do país, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.
“Na ocasião, foi definido o prazo de até um ano para as redes educacionais públicas e privadas do país se organizarem e incluírem conteúdos de computação no currículo escolar, no entanto, na prática observamos que o Brasil está muito longe de cumprir esta orientação.", avalia o especialista, que foi um dos proponentes da medida.
Saiba mais sobre o RoPE
Desenvolvido por pesquisadores da Univali, no Laboratório de Inovação Tecnológica (Lite), o RoPE é um brinquedo de madeira projetado para introduzir crianças, a partir dos 3 anos, no aprendizado de matemática e lógica de programação. De forma lúdica, ao utilizar a ferramenta, os usuários são desafiados a resolver problemas e, deste modo, desenvolver aspectos importantes, como o pensamento computacional e a criatividade.
Baseado nos resultados apresentados por diversos estudos acadêmicos que, por sua vez, analisaram a experiência de utilização da ferramenta em ambiente escolar, ao longo dos anos o RoPE foi aprimorado para atender diversas demandas pedagógicas. Nos últimos 10 anos, já atendeu mais de 3,5 mil crianças e jovens nos Estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Pernambuco. Neste período, o projeto também foi responsável pela capacitação de mais de 300 profissionais da educação infantil, de 60 escolas das redes pública e privada.
Em 2018, a iniciativa recebeu investimento para a criação da empresa SmartFun, numa parceria com estudantes formados pelos cursos de mestrado e de graduação da Univali. Desde então, a empresa e a Univali atuam em uma parceria acadêmica. Mais detalhes sobre o RoPE, podem ser obtidos em http://smartfunbrasil.com.
Sobre a Ong Vocação
Nascida em 1967, a Vocação se adaptou para atender as demandas sociais do seu tempo e, com isso, já transformou mais de 400 mil vidas durante essa trajetória. Atende a crianças, adolescentes, jovens e famílias, da cidade de São Paulo, por meio dos seus programas. Atua no combate às desigualdades sociais por meio da educação e geração de oportunidades de trabalho e renda. Em 2023, figurou pelo 7° ano consecutivo no prêmio 100 Melhores ONGs do Brasil, do qual foi eleita a melhor ONG do Brasil em 2017. Para saber mais sobre os projetos e a atuação da Vocação acesse: https://www.vocacao.org.br.
Foto: Anderson Ribeiro #ParaTodosVerem: Fotogradia mostra grupo de crianças vestindo camisetas azuis. Elas estão paradas numa a´rea externa, em frente a um muro com tela. Ao fundo é possível ver um morro com várias casas de uma comunidade.
Mais informações: com o professor André Luis Alice Raabe - raabe@univali.br.