Dois oceanógrafos vinculados à Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), estiveram em Porto Alegre (RS), neste domingo (5) e segunda-feira (6), para realizar medições de vazão de água no Rio Guaíba. As atividades de monitoramento ocorreram conforme um convênio, entre a Portos RS e a UFRGS, que teve início em 2022 e teve a contribuição da equipe, estrutura de instrumentos e veículo da Univali.
#ParaTodosVerem: Fotografia mostra movimentação de veículos e pessoas à margem de um rio, com águas turvas.
Os dados coletados pelos pesquisadores Márcio Piazera e Ruan da Luz, do Laboratório de Oceanografia Física da Univali, confirmaram o volume histórico de chuvas no Estado. A medição identificou a passagem de 30 mil metros³ de água por segundo (m³/s), o equivalente a 30 milhões de litros de água passando pelo ponto de medição, localizado nas imediações da Usina do Gasômetro, em direção à Lagoa dos Patos.
O professor Mauro Michelena, coordenador do projeto, explica que a geração destes indicadores é importante para ajudar os cientistas a compreenderem a tragédia climática ocorrida no Estado. “Além disso, estes dados de entrada servem como ponto de partida para os pesquisadores que se debruçarem sobre o tema realizarem novos estudos e assim propor soluções de prevenção para fenômenos futuros."
#ParaTodosVerem: Fotografia mostra homem, vestindo colete salva-vidas, sobre uma embarcação. Ele olha para a água turva do rio, onde está uma prancha com um equipamento. Ao fundo é possível ver a vegetação da margem.
Michelena explica que para realizar a coleta, os estudiosos utilizaram um perfilador acústico de correntes por Doppler, o ADCP, e um barco potente para realizar as travessias de uma margem à outra do Rio Guaíba. Segundo o docente, os pesquisadores da Univali são navegadores experientes, sendo um deles marinheiro profissional.
“Sabendo do desafio que encontraria pela frente, a equipe solicitou o suporte do barqueiro local, Márcio Ribeiro da Silva, que conhece as características específicas de navegação do Guaíba e ajudou a conduzir a equipe com mais segurança.", relatou.
#ParaTodosVerem: Fotografia mostra um rio com águas turvas. Uma embarcação e uma moto aquática estão sobre a água.
Esta não foi a primeira vez que a Univali realizou atividades de coleta de dados no Rio Guaíba. Michelena conta que, recentemente, a Instituição de Ensino já havia prestado serviços semelhantes à Portos RS, por meio de convênio com a UFRGS.
#ParaTodosVerem: Fotografia mostra homem vestindo colete salva-vidas enquanto usa um celular e um notebook. Ele está num ambiente fechado que remete a parte interna de uma embarcação.
“A campanha de medições desta semana foi realizada em parceria com o Centro de Estudos de Geologia Costeira e Oceânica - Ceco, da UFRGS, por intermediação do professor Elírio Toldo Júnior. A mobilização foi realizada em tempo recorde para aproveitar o pico das águas e registrar o marco histórico de vazão. Nesta ocasião, identificamos a marca inédita de 5,27 metros acima do nível normal do Rio Guaíba, mas estima-se que possa ter alcançado até 5,33 metros."
Solidariedade
Além de gerar dados inéditos para entender o fenômeno climático ocorrido no RS, a equipe da Univali levou doações, de alunos e professores da Escola Politécnica, para ajudar a população atingida. A comunidade acadêmica reuniu itens como alimentos, água e ração para pets que foram entregues, em um ponto de coleta de doações instalado na região central de Porto Alegre, no último domingo.
#ParaTodosVerem: Fotografia mostra caminhonete branca estacionada, com sacos plásticos contendo roupas de cama sobre a capota. Dois homens retiram itens da parte traseira. Ao fundo ´há uma árvore, água suja de enchente e um prédio de arquitetura histórica.
#ParaTodosVerem: Fotografia mostra pessoas retirando sacos ração de uma retroescavadeira. Ao fundo é possível ver a paisagem urbana, com árvores e uma passarela. Abaixo ´há água suja de enchente.
Mais informações: com o professor Mauro Michelena - michelena@univali.br.