Itajaí - Representantes da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), realizaram na manhã de hoje, 24, a entrega de 500 bandeiras lilás e 3 mil flyers para o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. O material será utilizado para alertar sobre a ocorrências de águas-vivas no litoral catarinense.
As bandeiras, na cor lilás, seguem o padrão internacional de sinalização para prevenção em áreas aquáticas, indicando a presença de animais marinhos perigosos. Ela deve ser utilizada como uma bandeira secundária, junto à que orienta sobre as condições do mar.
A perspectiva é de que o material seja distribuído aos postos de guarda-vidas das praias do litoral catarinense para divulgação da ocorrência e dos cuidados em caso de presença da espécie na água, ainda durante o período de carnaval.
Independentemente disso, a orientação é que os banhistas fiquem atentos se há presença de águas-vivas na areia da praia e verifiquem com os guarda-vidas se é seguro entrar na água.
Sobre a ocorrência e procedimentos
Acidentes por águas-vivas e caravelas são comuns em Santa Catarina por uma série de razões que incluem época de reprodução dos animais, temporadas de veraneio e até a temperatura das águas.
Dor e sensação de queimação, causada por envenenamento, são os principais sintomas. Eles podem ser tratados com medidas de primeiros socorros simples, como aplicação de água do mar gelada e compressas de vinagre.
O corpo de bombeiros está sinalizando as praias quanto a ocorrências das águas-vivas, assim, quando encontrar a bandeira lilás, o melhor a fazer é evitar o banho de mar.
Saiba como identificar e agir em caso de envenenamento:
A espécie que representa mais de 90% dos casos de acidentes com banhistas é uma hydromedusa conhecida cientificamente como Olindias sambaquiensis. Ela é comum na costa brasileira e argentina;
Ela é arredondada, tem tamanho máximo de dez centímetros e tentáculos curtos de coloração alaranjada;
As crianças são suas principais vítimas, por permanecerem mais tempo na água;
As irritações provocadas por esta espécie são amenas em comparações com outras águas-vivas menos frequentes, mas podem estragar seu dia de praia caso a concentração destes organismos seja muito elevada;
As reações da pele restringem-se a vermelhidão e inchaço arredondados;
Em caso de contato, evite lavar o local com água doce (torneira, chuveiro, mineral);
Não coce a região afetada. O movimento aumenta a liberação de toxinas na pele e piora os sintomas;
Não é recomendado urinar sobre a região afetada. A ação pode gerar contaminação da pele e agravamento do quadro;
O tratamento destas irritações é simples, com o uso de vinagre caseiro, água do mar resfriada, lidocaína tópica e mentol para aliviar a coceira;
Também pode ser aplicada uma solução de bicarbonato de sódio. Bastam duas colheres de sopa diluídas em um litro de água do mar;
Cremes contendo arnica ou uréia, também, diminuem a dor e o desconforto;
Compressas de água morna/quente (ou geladas) ou com solução morna de bicarbonato, também, podem ajudar;
Por fim, pode ser necessário assistência médica e tratamento medicamentoso.
Pesquisa aponta formulação que previne queimaduras por águas-vivas
A ocorrência de queimaduras ocasionadas por águas-vivas pode estar perto do fim. Pesquisadores da Univali estão avaliando as propriedades bioquímicas e atividades biológicas que levam a inibição de envenenamentos em diferentes espécies de medusas ocorrentes no litoral catarinenses e identificaram formas de reproduzir o efeito em humanos.
"Uma água-viva não oferece perigo de envenenamento para outra água-viva. Estudando as espécies estamos propondo uma formulação de uso tópico que para muitos banhistas será o fim dos incômodos causados pelas medusas", explica Charrid Resgalla Júnior, pesquisador do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental da Univali e um dos coordenadores do projeto.
A proposta, de autoria de Fabiana Figueredi Molin de Barba, foi apresentada como tese de doutorado do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental da Univali. A formulação do composto ainda é mantida em segredo e deverá ser apresentada, na sequência, para a indústria de cosméticos ou farmacêutica.
Até que esse produto chegue ao mercado, o estudo demonstrou, ainda, que as substâncias que apresentam melhor efeito no controle dos sintomas de dor após a exposição aos tentáculos de medusas da espécie Olindias Sambaquiensis foram a vaselina líquida, com redução de 84% na dor percebida, seguida de creme neutro com cânfora, com redução de 76%.
Outras informações: (47) 3348-7397, com Charrid Resgalla Junior, coordenador do projeto.