Balneário Camboriú – Dois grupos de alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) receberam menções honrosas no 1º Prêmio ProjetEEE de Arquitetura Bioclimática, concurso promovido pelo portal ProjeTEE – Projetando Edificações Energeticamente Eficientes e pelo Ministério do Meio Ambiente, na categoria Estudante. Os prêmios foram entregues durante o Seminário de Eficiência Energética e Mudança do Clima, nos dias 14 e 15 de dezembro, em Brasília (DF).
Projeto para Curitiba, do grupo orientado pelo professor Eduardo Baptista Lopes
O concurso teve como objetivo provocar apresentação de soluções inovadoras e visionárias para habitações sociais do padrão "Minha Casa Minha Vida", em duas zonas bioclimáticas distintas do Brasil. Na categoria estudante, as propostas deveriam contemplar o projeto de uma habitação social unifamiliar em Curitiba (PR) e uma habitação social unifamiliar em Goiânia (GO), com projetos arquitetônicos diferentes que atendessem às demandas específicas para conforto ambiental e eficiência energética em cada cidade. Os trabalhos premiados foram desenvolvidos no Núcleo de Concursos de Projeto da Univali (NCPro).
Projeto para Goiânia, do grupo orientado pelo professor Eduardo Baptista Lopes
Um dos grupos premiados é formado pelos acadêmicos Artur Bernardoni, Mariah Vieira Mafra, Jeferson Branco e Guilherme Kretzer Trindade, orientados pelo professor Eduardo Baptista Lopes. Tanto para Curitiba quanto para Goiânia, o conceito norteador dos projetos deste grupo foi a ideia da "Arquitetura do Vazio", em que os espaços abertos ganham notoriedade e expressão, e são essenciais para seu pleno funcionamento. Para a capital paranaense, eles criaram um pátio interno que serve como estufa no inverno, com as portas fechadas; e no verão, com as portas abertas, permite que o vento circule e refrigere os ambientes. Segundo as orientações solares, apenas uma das fachadas tinha uma insolação favorável. Então, os acadêmicos projetaram dois pavimentos para que salas e quartos estejam voltados para esta orientação. Já para Goiânia, o projeto do grupo elevou a edificação do solo e a cobertura, para que o vento cruze pelas aberturas e refrigere o ambiente, devido às altas temperaturas. Da mesma forma, pensaram em janelas grandes, com beiral da cobertura para proteger do sol e evitar superaquecimento. A proposta também prevê dois pátios, possíveis de se conectar, que criam novos ambientes e permitem novamente que o vento circule nos espaços.
Projeto para Curitiba, do grupo orientado pela professora Carolina Rocha Carvalho
O outro grupo destaque contou com a participação das alunas Julia de Campos Pinto e Karina Loch, orientadas pela professora Carolina Rocha Carvalho. No projeto de Curitiba, as acadêmicas propuseram estratégias de aquecimento passivo. Para receber a maior insolação possível, a casa formou um "L", voltando as fachadas maiores para o leste e o nordeste. As paredes escolhidas para a residência possuem inércia térmica ideal para o local, acumulando o calor recebido durante o dia e emitindo para o interior durante a noite. Também foram utilizadas grandes aberturas, embora o ar externo tenha uma temperatura baixa, a insolação direta pode aquecer substancialmente os ambientes. A varanda onde se configura a área de circulação da casa é uma estufa, que funciona com a radiação incidente na fachada e que guarda esse calor e repassa para os ambientes. No projeto de Goiânia, para solucionar o desconforto causado pelas altas temperaturas, a casa pensada pelas alunas foi deslocada do solo para a implantação de um sistema de cones de argila umidificados que por meio do resfriamento evaporativo diminui a temperatura do ar antes mesmo dele circular na residência. A cobertura também foi deslocada do corpo da edificação para proteger do calor e utilizou-se grande massa térmica nas vedações para reter o frio da noite, armazená-lo e distribuí-lo durante o dia.
Projeto para Goiânia, do grupo orientado pela professora Carolina Rocha Carvalho
O NCPro
O NCPro, vinculado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Univali, é um laboratório colaborativo coordenado pelos professores Eduardo Baptista Lopes e Carlos Alberto Barbosa de Souza, e visa a participação de certames nacionais e internacionais de arquitetura e urbanismo, com foco principal em concursos de estudantes. Desde que foi criado, em 2014, o núcleo já recebeu três primeiros lugares e duas menções honrosas em concursos nacionais, e professores e alunos vinculados ao núcleo já receberam outros dois primeiros lugares em concursos durante o período.
Mais informações: (47) 3261-1219, no curso de Arquitetura e Urbanismo da Univali.