Nesta quarta, 17, a Universidade do Vale do Itajaí (Univali), campus Biguaçu, sediou um treinamento de intervenção policial. A atividade, destinada à qualificação de 46 policiais militares do Grupo Tático, foi promovida pelo 24º Batalhão de Polícia Militar (BPM). A ação teve como objetivo trabalhar a prevenção de episódios de terrorismo doméstico com múltiplas vítimas, como as ocorridas em ambientes de ensino.
Além dos policiais com atuação nos municípios de Biguaçu, Antônio Carlos e Governador Celso Ramos, que integram as forças do 24º BPM, agentes alocados em São José, Palhoça e Santo Amaro da Imperatriz também receberam a capacitação.
O comandante da 1ª Companhia do 24° BPM, capitão Jorge Augusto de Souza Martins, explicou que o treinamento de gerenciamento de crise teve como objetivo preparar os agentes da PM para atender situações de ataques realizados em espaços como ambientes escolar, empresarial e shoppings centers.
#ParaTodosVerem: Fotografia mostra policiais militares sentados numa sala de aula. Eles assitem uma apresentação num telão. Em frente ao grupo há cinco homens de pé. Parte deles usa roupas formais e parte usa a farda da PM.
Martins destacou que esse tipo de ocorrência é mais comum nos Estados Unidos e citou os episódios emblemáticos de Columbine e Virginia Tech. “Embora estes casos ocorram por motivações diversas, eles têm em comum o fato de buscar atingir o maior número possível de vítimas de um determinado local."
Em Santa Catarina, já foram realizados treinamentos similares em cidades como Florianópolis, Chapecó e Blumenau. Segundo o Capitão, o modelo de capacitação para policiais militares ganhou força no Estado após os ataques ocorridos nas creches de Blumenau, em 2023, e de Saudades, em 2021. Além disso, também já foi promovida uma capacitação voltada aos profissionais da educação, sob o protocolo “Fugir, esconder e lutar".
“No Brasil, os dados mostram que quase 80% das ocorrências dessa natureza foram registradas em ambientes de ensino", justifica Martins, relembrando também os casos das escolas de Suzano, em 2019, e Realengo, em 2011.
Atividade foi dividida em três etapas
A programação desta quarta foi composta por etapa teórica em sala de aula, instrução prática básica em área aberta e um simulado, realizado no bloco 2. Segundo o Capitão, a estrutura física do campus Biguaçu permitiu simular uma situação muito próxima da realidade e preparou os policiais para atuar em qualquer ambiente.
#ParaTodosVerem: Fotografia mostra policiais militares sentados numa sala de aula. Eles assitem uma apresentação num telão. Em frente ao grupo há um outro policial usando farda da PM.
“Iniciamos com uma abordagem sobre as características dessas ocorrências e as particularidades da atuação policial ao ser realizada em ambiente de ensino. Em seguida, os policiais praticaram situações de intervenção, como deslocamento e abordagem das pessoas neste tipo de local. Por fim, simulamos um ataque no qual os agentes puderam colocar em prática todo o conhecimento absorvido nas etapas anteriores. Nesta fase, contamos com figurantes, efeitos sonoros e uso de equipamentos de airsoft. Todos os recursos, empregados neste ambiente controlado, ajudaram a aproximar o policial de uma situação real.", descreveu o Capitão.
O diretor da Escola de Ciências Jurídicas e Sociais (ECJS) da Univali, professor Alceu de Oliveira Pinto Junior, recebeu o grupo e acompanhou as atividades no campus Biguaçu. Durante a sua participação, na abertura do treinamento, o professor deu as boas-vindas aos participantes. Baseado na sua experiência e atuação no setor de segurança pública do Estado, o professor ressaltou “a importância do serviço prestado pela Polícia Militar de Santa Catarina para a sociedade, cuja atuação serve de modelo para todo o Brasil.".