Itajaí – Na última quarta-feira (28), a Universidade do Vale do Itajaí (Univali) sediou o encontro de profissionais e pesquisadores envolvidos no projeto "COCACRACK3", que propõe o estudo confirmatório para avaliar a diminuição da fissura em dependentes de cocaína e crack, a partir de tratamento homeopático. A iniciativa vem sendo discutida desde o ano passado, a partir de uma cooperação técnica entre a Prefeitura de Itajaí, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, o Conselho Federal de Farmácia (CFF), a Universidade e órgãos ligados ao Ministério da Saúde.
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O projeto baseia-se no estudo do médico e investigador clínico de São Paulo, Ubiratan Cardinalli Adler, professor da Universidade Federal de São Carlos. O projeto piloto, inclusive, já foi aplicado em São Carlos e agora, Itajaí foi escolhida para a fase confirmatória, pois foi indicada como referência pela estrutura da rede de atendimento. O grupo discutiu o escopo da proposta que será submetida ao Comitê de Ética da Universidade, para posterior capacitação da equipe e início da coleta de dados. Serão recrutados 120 dependentes, que ainda não tenham feito outro tipo de tratamento, para acompanhamento no período de oito semanas.
"Nosso objetivo aqui é avaliarmos a efetividade na redução da fissura do craque e da cocaína. Nós ainda não sabemos se vai dar certo. O que sabemos é que, até agora, não existe tratamento eficaz neste aspecto", destacou Adler, durante a reunião.
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O encontro contou com a participação do secretário municipal de Saúde de Itajaí, Celso Luiz Dellagiustina; do farmacêutico José Luiz Maldonado, representante do CFF; Karen Benez, também do CFF, além de profissionais da Unidade de Saúde Familiar e Comunitária da Univali, do Laboratório Escola de Análises Clínicas (Leac Univali), professores do projeto de extensão "Escolhas" e dos cursos de Farmácia, Medicina e Psicologia, e profissionais da Secretaria Municipal de Saúde.
Dellagiustina ressaltou a importância do olhar além da medicina tradicional e reforçou o papel da Universidade na formação dos profissionais de saúde. "Assumimos um compromisso e é preciso reforçar a doação de todos para que este projeto aconteça e o cronograma seja cumprido. Maldonado também destacou o impacto do COCACRACK3: "O que vamos fazer é inédito e o resultado pode mudar muitas vidas. Podemos fazer parte de uma história que ainda não está escrita".
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A professora Noemia Liege Maria da Cunha Bernardo, do curso de Farmácia da Univali, representante do conselho e articuladora do projeto na Universidade, afirma que o grupo seguirá o trabalho para estruturação, aprovação no conselho e aplicação. A expectativa é que o estudo seja aplicado ainda este ano.
Mais informações: (47) 3341-7540, na coordenação do curso de Farmácia da Univali